Entenda as diferenças entre tumores benignos e malignos do fígado
- CCONCO
- 1 de out.
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Um tumor que se desenvolve no fígado nem sempre é um câncer. Ao contrário, na maioria das vezes corresponde a um tumor benigno. A principal diferença entre um tumor maligno e benigno é o potencial para se espalhar para outras regiões do corpo em um processo chamado metástase.

Geralmente, os tumores benignos ficam localizados, não avançam e, muitas vezes, não apresentam sintomas, o que leva o médico a mantê-los sob observação sem grandes intervenções. Em casos mais raros, podem apresentar sintomas, como aumento de volume no fígado ou sangramentos que exigem tratamento.
Já os tumores malignos do fígado evoluem e causam sintomas. Além disso, são predominantemente resultado de metástases de cânceres que têm sua origem em outro órgão.
Conheça os principais tumores benignos do fígado
Como na maioria das vezes são assintomáticos, os tumores benignos do fígado são descobertos por acaso, quando o paciente realiza exames de imagem de rotina ou para investigação de outra indicação.
A maioria dos tumores benignos do fígado é congênita (presentes desde o nascimento), decorrentes de anormalidades no desenvolvimento desse órgão durante a gestação.
Os tipos de tumores benignos do fígado mais comuns são:
Hemangioma Hepático – tipo mais comum de tumor benigno no fígado. O tamanho varia de lesões menores que um centímetro até as maiores que podem chegar a 30 cm. Se o tumor for grande, maior que 10 cm pode causar algum sintoma, entre eles, dor ou compressão de outros órgãos. Mas, na maioria das vezes, o tratamento consiste no acompanhamento de sua evolução por meio de exames de imagem. Cirurgia para retirada do tumor pode ser indicada se houver sintomas ou complicações.
Hiperplasia Nodular Focal – acontece em qualquer pessoa, mas é mais comum em mulheres, entre 20 e 50 anos de idade. Tem origem em alterações vasculares que provocam a proliferação das células do fígado, os hepatócitos. Na maior parte dos casos, as lesões ficam estáveis em número e dimensão e assintomáticas. Quando isso acontece, a indicação é o acompanhamento.
Adenomas Hepáticos – entre os tumores benignos do fígado, esses são os que mais têm chance de apresentar sintomas. Ainda ocupam o lugar de menos frequentes, mas a incidência desse tumor tem crescido devido sua relação com uso dos anovulatórios orais e androgênios e com a obesidade. A maioria dos casos é assintomática mas podem se manifestar por dor e ruptura do tumor. Cerca de 10% dos casos apresentam risco de se tornar maligno. O diagnóstico é feito por exames de imagem de alta resolução e biópsia. O tratamento pode ser a suspensão dos anovulatórios orais e dos androgênios. Em tumores maiores que 5 cm, que mesmo com a suspensão dos medicamentos continuam a crescer e apresentar sintomas, a cirurgia ou embolização podem ser consideradas. A cirurgia também é indicada para pacientes que, independentemente do tamanho do tumor, apresentam adenoma hepático com a mutação da proteína beta catenina ou para aqueles em que não foi possível o diagnóstico preciso de lesão benigna.
Agora, vamos aos tumores malignos do fígado, o câncer de fígado
Classificamos os tumores malignos do fígado em primários, que são os que nascem e se desenvolvem no próprio órgão; e metastáticos, que têm origem em outro órgão e se espalham para o fígado por meio do sangue ou pelos canais linfáticos. Ambos podem ser diagnosticados por exames de imagem e confirmados por meio de biópsia.
Considerando os tipos de câncer primários do fígado, os mais frequentes são:
Hepatocarcinomas, também chamados de Carcinomas Hepatocelulares ou Carcinoma de Células Hepática
Geralmente são diagnosticados em pacientes com cirroses hepáticas, infecções virais da hepatite B e doenças hepáticas crônicas (hepatite autoimune, hemocromatose etc.).
No início, a doença pode ser assintomática ou apresentar sintomas inespecíficos, como fraqueza, cansaço, perda de peso, falta de apetite e dor abdominal. Com a evolução, há descompensação da doença de base hepática, com aparecimento de icterícia (olhos amarelos), urina escura (colúria), ascite (barriga d’água), inchaço das pernas, tremores nas mãos, confusão mental e vômitos com sangue.
Há várias possibilidades de tratamento, como a ablação (destruição de tumores por radiofrequência, microondas ou radiação ionizante), quimioembolização (quimioterapia associada ao bloqueio das artérias), radioembolização (esferas radioativas microscópicas injetadas através de um cateter numa artéria que alimenta o tumor) e quimioterapia sistêmica. Mas os tratamentos definitivos, se houver indicação e possibilidade, são o transplante de fígado e a ressecção cirúrgica dos tumores.
Colangiocarcinomas
Tipo de câncer agressivo que se desenvolve nos canalículos biliares dentro do fígado. Tem potencial para se espalhar rapidamente para outros segmentos do fígado.
Estão relacionados à inflamação crônica nos canais biliares; contato com metais pesados e asbesto; cirrose; doença de Caroli; calculose intra-hepática; e colangite esclerosante primária.
O tratamento costuma ser a ressecção cirúrgica radical.
Câncer secundário de fígado: as metástases
O fígado é um órgão muito vascularizado, recebe sangue venoso de todos os órgãos do abdômen e sangue arterial sistêmico, bombeado pelo coração, além de filtrar a linfa que vem do trato digestivo. Dessa forma, todos os tumores malignos do organismo têm caminho para fazer metástases para o fígado.
As vezes o diagnóstico do câncer secundário de fígado acontece antes do câncer primário ou muitos anos depois do diagnóstico e tratamento do câncer primário. As metástases do fígado podem ser únicas, múltiplas, localizadas, centrais ou periféricas. Elas apresentam as mesmas característica do tumor primário, portanto, seu tratamento levará em consideração a sensibilidade do câncer de origem a quimioterapia e/ou radioterapia.
A abordagem terapêutica dos tumores metastáticos do fígado inclui tratamento do tumor primário associado à ressecção cirúrgica das metástases, seguida de tratamentos de quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou terapia-alvo.
Nossa equipe é especialista no tratamento dos tumores de fígado e estamos à disposição para atender você.






