Os avanços no diagnóstico e no tratamento de tumores neuroendócrinos
- cconcocli
- 17 de set.
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Os tumores neuroendócrinos são raros, mas o avanço dos últimos anos no diagnóstico e no tratamento dessa doença foram importantes para os pacientes, que permitiram uma detecção mais rápida e maior efetividade na remoção e no controle desse tipo de câncer.

Para entender melhor esses avanços, antes é importante saber o que são os tumores neuroendócrinos. Eles podem ocorrer em qualquer parte do corpo, e se iniciam em células chamadas neuroendócrinas. Essas estruturas conectam o sistema nervoso ao endócrino e secretam substâncias para controlar e regular diversas funções fisiológicas, como o desenvolvimento e crescimento do corpo e sua resposta a estímulos.
Estima-se que somente cerca de 0,5% dos tumores malignos correspondam aos neuroendócrinos. Apesar de sua raridade, em algumas partes como o apêndice e o intestino delgado, esse número aumenta para cerca de 30% de todos os tumores diagnosticados nestas sedes. Outros órgãos que são mais atingidas por tumores neuroendócrinos são o pâncreas e o estômago.
Como saber se há tumores neuroendócrinos
Geralmente os tumores neuroendócrinos não causam sintomas no início. Os sinais da doença costumam se manifestar quando ela está mais avançada e de acordo com a parte do corpo onde surgiu um tumor neuroendócrino:
- No intestino ou no estômago podem ocorrer ondas de calor repentinas, sangramentos no reto, dores abdominais, fadiga e perda de peso sem um motivo claro.
- Já no pâncreas os tumores neuroendócrinos podem causar suor, tremedeiras, tonturas, aumento do apetite ou muita sede.
- No pulmão pode haver tosse persistente (inclusive com sangue), dores no peito e dificuldades para respirar.
Os sintomas dos tumores neuroendócrinos são semelhantes aos de outras doenças, por isso o diagnóstico pode ser atrasado e dificultado. Porém, quando o médico tem a suspeita da presença de um tumor neuroendócrino, ele pode solicitar uma série de exames, desde análises de sangue e de urina, assim como os de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou endoscopia.
O principal meio de confirmar o diagnóstico de tumores neuroendócrinos é pela biópsia. Nesse caso, é removido um fragmento do tecido suspeito para análise em laboratório, que verificará se trata de um tumor maligno.
Uma técnica que auxiliou no avanço de uma detecção mais eficiente dos tumores neuroendócrinos é o PET-scan com Gálio 68. Esse exame vai avaliar todo o corpo em busca de um elemento chamado receptor de somatostatina, que fica presente na superfície das células neuroendócrinas. Caso haja uma presença acima do normal desse receptor, haverá um "brilho" no exame. Com isso, há mais precisão no diagnóstico e no estadiamento do tumor, além de ajudar na avaliação do tratamento.
Como é o tratamento dos tumores neuroendócrinos
A definição do tratamento dos tumores neuroendócrinos será feita com base no tipo de tumor, sua localização e avaliação do estado clínico do paciente. As principais técnicas utilizadas são cirurgia e quimioterapia.
Com o avanço das técnicas cirúrgicas, esses procedimentos hoje são menos invasivos, com cortes menores e redução do tempo de internação. Além disso, há também uma recuperação mais rápida ao paciente e menor risco de infecção.
Uma das novidades no tratamento de tumores neuroendócrinos é a terapia radioisotópica, a PRRT. Essa é uma técnica da medicina nuclear que utiliza medicamentos com substâncias radioativas (chamadas de radiofármacos, como o lutécio Lu 177 dotatate) de forma controlada, pois destroem seletivamente as células cancerígenas e preservam os tecidos saudáveis.
Do ponto de vista de tratamentos sistêmicos, também ocorre um progresso com a utilização de novas medicações e o melhor entendimento de mecanismos que desencadeiam a doença, como alterações genéticas, permitindo uma escolha mais assertiva da melhor terapia para cada caso.
A importância de um trabalho multidisciplinar no tratamento de tumores neuroendócrinos
Para se obter um melhor resultado no tratamento de tumores neuroendócrinos é fundamental a atuação de uma equipe multidisciplinar. Desde o cirurgião oncológico, oncologista clínico e radiologista intervencionista, médico nuclear à nutrição, fisioterapia, psico-oncologia e outras especialidades da saúde.
Cada paciente deve sempre receber um atendimento personalizado para que se obtenha os melhores resultados, pois cada caso de câncer é único. Caso você tenha mais dúvidas sobre os tumores neuroendócrinos, acesse a página sobre a doença em nosso site ou entre em contato com a gente.






